quinta-feira, 14 de julho de 2011

MÃOS ABERTAS

"Suponhamos que eu tenha um objeto de material agradável ao tato e que o segure firmemente, por que acho que alguém quer tirá-lo de mim. Eu o aperto com tanta força para evitar isso. O que acontecerá se o perigo continuar (embora seja imaginário) e eu conseguir manter o objeto em meu poder?

Primeiro o prazer se acabará; já não tenho nenhuma possibilidade de desfrutar tatilmente aquilo que estou segurando. (Pode experimentar: coloque alguma coisa em sua mão e aperte com força. Veja se, pelo tato, consegue saber como esse objeto é. É impossível. A única coisa que você sente é que o está segurando, que está tentando evitar que se perca).

A segunda coisa que acontece é o surgimento da dor. A dor da mão fechada, cujo único prazer possível é o de não ter perdido, é a vaidade, o prazer de "ganhar"...
Consegui ficar com o que queria, mas renunciei a qualquer prazer que pudesse obter de minha relação com esse objeto."

(Trecho do livro "Quando me conheci" - Jorge Bucay)

P.S.: "A felicidade é a tranquilidade de quem sabe que está no caminho certo"

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