terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

OLHOS DE AMIZADE


Certo dia, um senhorzinho a quem eu acabara de conhecer na sala de espera de um consultório médico, olhou-me e fez uma observação que jamais esqueci. Com uma xícara de café na mão e uma revista aberta na página de uma cruzadinha, ele virou o corpo em direção a mim e quando nos encaramos disse ele que eu tinha "olhos de menina pidoncha. Não no mau sentido" (corrigiu ele). "Você tem um brilho no fundo desses olhinhos que mostram o seu bom coração e sei que você conquista a amizade de todo mundo só com o olhar", continuou o homem grisalho e bem vestido.

Vários pensamentos tomaram conta de mim e, naquele momento, perdi a fala, mas ofereci o meu sorriso mais sincero. Logo em seguida ouvi meu nome completo ser dito em voz alta, entrei na sala do médico e nunca mais vi o homem que me roubou as palavras.

Com o tempo a gente aprende que ser sempre transparente é sinônimo de facilitar que um estranho qualquer use tal característica para nos causar expiações. Desde o dia que tive essa lição demoro a me abrir, até porquê leva tempo para saber quem realmente merece ou precisa conhecer quem sou hoje; mas quando vejo minhas fotos, logo penso: meus olhos continuam transparentes.

P.S.: "Tu vens, tu vens, eu já escuto os seus sinais..."

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

EVOLUÇÃO

Quanto melhor, melhor

Em tempos de modernidade ainda há quem escolha ser ignorante justamente em âmbitos que melhor representam meios de evolução pessoal e progresso social. Será que um dia a gente aprende a simplificar e amadurecer de verdade, sem antes ter que, necessariamente, percorrer caminhos que ferem a nós e aos outros? Essa tal reforma íntima deveria vir embutida na cesta básica.

Com a busca por conhecimento, mente aberta e bastante treino só não se distancia do preconceito, por exemplo, quem prefere a acomodação das ideias, que retarda o crescimento, ou quem realmente acredita que nunca é preciso adaptar-se às mudanças aleatórias a nossa vontade.

Ainda assusto-me quando vejo homens que não se relacionam com determinada mulher porque ela tem filhos que são frutos de um casamento que não deu certo. Também engulo seco quando ouço um líder afirmar que sabe-se muito austero, mas não faz esforço algum para amenizar a característica que traz danos a todos que o cercam. 

São tantos os julgamentos, os desrespeitos e é tamanha a soberba de acreditar-se melhor que os demais. Torço, de coração, para que acordemos logo desse sono embebecido em ignorância.


P.S.: Colocando o inglês em prática e com muita saudade de uma pessoinha a quem eu dava mamadeira e que este ano já vai completar sete anos de idade. O tempo está mais ligeiro que o papaléguas.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

QUEM SOMOS?

Um pouquinho de Freud no blog hoje:

Grata a cada uma das mudanças
"Não somos apenas o que pensamos ser. Somos mais; somos também o que lembramos e aquilo de que nos esquecemos; somos as palavras que trocamos, os enganos que cometemos, os impulsos a que cedemos." - (Sigmund Freud)

P.S.: Em vez de reclamar por estar trabalhando em pleno feriado prolongado, agradeço por estar empregada e fazendo o que mais gosto profissionalmente.

 

domingo, 3 de fevereiro de 2013

POR QUE OS PAIS ENVELHECEM?

Hoje vou repostar um texto em homenagem ao meu pai no dia que ele completa 61 aninhos de vida. Então vamos de repeteco, mas por uma boa causa.


Quando criança, eu não saía do colo dele e enquanto ele estava fora para trabalhar, eu sempre dava um jeitinho e, sem que ninguém visse, ficava abraçada a uma roupa qualquer dele pra matar a saudade.

Depois que a adolescência bateu à porta, nós tínhamos pontos de vista muito diferentes e, por vezes, passávamos dias sem nos falarmos. Mas o coração de um dos dois sempre amolecia e as briguinhas bobas acabavam ficando pra trás.

Na entrada da fase adulta, bastava que sentássemos juntos no sofá da sala pra que começassem conversas longas sobre política, telejornal ou futebol.

Com o passar do tempo, tudo foi mudando, o único aspecto que ficou sem sofrer um pinguinho sequer de alteração foi o amor que sinto por ele. 

Foi com o meu pai que aprendi a ser pontual e a saber que ouvir música sempre nos ajuda a pensar um pouco menos nos problemas. Foi ele que me convenceu de que xaropes caseiros são mesmo eficazes e graças a ele entendi que a gente precisa dar valor apenas a quem faz questão da gente. 

Seu Zeca, pessoinha evoluída que aprendeu com a vida a ser um poço de paciência e a quem amo incondicionalmente.

P.S.: Nunca esperei tão ansiosamente pelo mês de Fevereiro.