domingo, 30 de dezembro de 2012

OS MELHORES SORRISOS

A pilha deles tem durabilidade muito maior que a daquela das famosas pilhas amarelinhas. Eles acordam antes que todo mundo, pulam, fazem festa, inventam brincadeiras (nas quais somos convidados a participar) e quando estamos esgotados, aquelas cabecinhas pensantes logo sugerem outra atividade daquelas que exigem muita energia. E na hora de dormir dá vontade de procurar o botãozinho de desligar a fonte de tanto pique.

Eles fazem arte, são sapecas, nem sempre aceitam respostas negativas e até fazem birra na tentativa de nos convenceram a ceder um pouquinho. Levam bronca e não guardam mágoas, amam com sinceridade, tem os melhores sorrisos e os mais confortáveis abraços do mundo e vivem nos surpreendendo com tamanha esperteza e inteligência, as quais muitos adultos não tem.

Sem contar que o tempo todo somos exemplos para eles. Temos que conter os palavrões, adaptar o jeito de falar, aproveitar cada acontecimento para ensinar algo novo e responder aquelas famosas perguntas cabeludas que sempre aparecem e nos pegam de surpresa.

Ah, eles tem vontade própria na hora de escolher a roupa, o destino do passeio e tem tanta sinceridade que, por vezes, nos fazem passar vergonha: se é feio é feio, se é ruim é ruim ou se não gostam não gostam.  Hoje mesmo, enquanto passava repelente numa pequena linda de apenas seis anos, ouvi a seguinte frase: "nossa, Lu, seus filhos vão ser muito sortudos porque você vai ser uma ótima mãe". Não consegui ter outra reação além de sorrir e caprichar ainda mais na aplicação do creme contra pernilongos.

Sei que muitos pais identificaram-se e eu, mesmo ainda não sendo mãe, já entendo bem esse famoso jeitinho peculiar das crianças. Já fui "boadrasta" e presenciei todo o conteúdo acima e muito mais. Na hora de sair não basta pegar a bolsa e sair, tem a mamadeira, a roupa para o caso de fazer frio ou de cair sorvete na roupa, tem o leite, a fralda para a noite, a fralda para o nariz, o remédio, o brinquedo favorito, a chupeta, a água; porque pode dar sede no meio da caminho, e uma série de outros itens por precaução. Além disso sempre tive primos pequenos e os tenho ainda hoje. Vários deles já torcem para quando faço faxina no meu armário porque já usam o mesmo tamanho de roupa que eu.

Não sei como é não ser querida por crianças, não fazer amizade com elas dentro de um ônibus ou deixar de passar os fins de semana como babá dos priminhos. Só sei que viver sem os pequeninos por perto deve tornar a vida incompleta.

P.S.: Desejo que sejamos simples, sinceros e poços de amor, igual às crianças.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

DE ROTINA, SÓ OS PENSAMENTOS

O dia prometia apenas rotina e nada mais. Os filmes na TV eram os mesmos da semana anterior, os ponteiros do relógio moviam-se promovendo o barulho constante de sempre e os pensamentos eram os únicos que, naquele contexto, fugiam da mesmice. 

Aquela situação involuntária de nada poder fazer para trazer de volta aquele brilho no olhar era o que mais fazia com que a mente ficasse inquieta. A sensação era de angústia, mas a necessidade de preocupar-se consigo mesma ainda falava mais alto. 

Desistiu da programação disponível no televisor, deitou-se para ouvir música, mas os pensamentos não a abandonaram nem mesmo quando a letra da canção remeteu à ela forte identificação. Chegou a cochilar, sonhou que caminhava na praia e, quando acordou, lembrou-se de ter apostado, certo dia, para ver quem dos dois conseguia arremessar pedras que percorressem a maior distância sobre a água do mar. Por sorte de principiante ela venceu e, ao lembrar-se disso, sorriu timidamente.

Acordou com saudade de se aninhar naquele peito e de ter o direito de sentir-se frágil por alguns instantes. Notou que as mãos estavam transbordando das carícias que não foram dadas e resolveu aceitar o clichê de que "quem acredita sempre alcança". Agradeceu a Deus pelo passado, trocou de roupas, vestiu o melhor sorriso e saiu para aproveitar o presente.

P.S.: Dar importância às pessoas e fazer com que se sintam importantes é um dos hábitos mais lindos à se adquirir.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

PRAZER EM CONHECÊ-LA


Por conta da profissão todos os dias conheço novas histórias. Entre tudo o que já ouvi nos últimos 26 anos de vida, uma pergunta me tocou e ficou ecoando no fundo do meu peito: "você é uma pessoa que gostaria de conhecer?". Esse tipo de pergunta, que te faz companhia durante o banho demorado ou antes de dormir, somado ao típico hábito de fazer balanços sobre a vida no fim do ano merecia mesmo uma reflexão.

Se eu fosse criança, gostaria sim de me conhecer. Tenho bastante afinidade com os pequenos, talvez pelo instinto mãezona de ser e pelo jeito moleca de viver. Se fosse adolescente me sentiria bastante à vontade comigo mesma motivada pela facilidade geminiana de adaptação. Se a adulta de hoje esbarrasse com uma semelhante, provavelmente tentaria me convencer a trabalhar menos e a ganhar mais. E se eu já fosse velhinha e me encontrasse numa das andanças da vida, ficaria feliz em me conhecer porque hoje, entre o que eu aprendi a fazer de melhor, está o hábito de ouvir. E que senhorinha não gosta de dar conselhos ou ter alguém que ouça atentamente as suas histórias?

Acho que, junto com a resposta à essa pergunta feita por uma pessoa simples, porém muito sábia, cheguei à conclusão do quanto é importante investir em mim mesma e em atividades e relações do bem, que acrescentam a mim e a outros. O salto atual é positivo, mas ainda há muito a ser feito. 

E você, é uma pessoa a quem gostaria de conhecer?

P.S.: Ano acabando com todas as metas cumpridas.

sábado, 8 de dezembro de 2012

VIDA SIMPLES


Tenho ficado feliz com coisas tão simples e acordar para isso faz um bem danado. Não sei se tudo sempre esteve por aí e foi o famoso jeito de olhar que mudou com o tempo, ou se só agora os fatos singelos estão realmente gostosos. 

O que sei é que passar algumas horas sozinha na sorveteria deliciando o meu sorvete favorito fez com que eu voltasse pra casa pra lá de satisfeita, além disso, ver o sorrisão lindo dele pela webcam me traz uma alegria contagiante. Receber a ligação de uma grande amiga com quem eu não falava há tempos deixou o meu dia mais feliz, ser elogiada no trabalho trouxe uma sensação de reconhecimento impagável. Ser independente, mas ter o direito de ser frágil quando a barra aperta é uma das melhores sensações de conforto, poder ajudar a quem precisa gera  uma grande certeza interior de que a vida vai bem. 

Ainda bem que o tempo, a vida, ou uma força maior, nos ensina a reconhecer que a grandiosidade faz morada com a simplicidade. O cotidiano fica muito mais proveitoso e bom de ser vivido.

P.S.: "Tome cuidado com a sua vida. Talvez ela seja o único Evangelho que as pessoas leiam." - São Francisco de Assis

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

FAZER RIR

 
Penso que cada um de nós tem a capacidade e a responsabilidade de promover lágrimas ou sorrisos. A oportunidade de fazer feliz é tão importante que determina a nossa própria felicidade e, esperar que os tombos diminuam ou que as recompensas cheguem para só então começar a dar o melhor de si ao mundo, é como deixar de acreditar que o sol existe só porque o dia amanheceu nublado.
 
Com o passar do tempo estaremos cercados de muito mais sorrisos sinceros do que tristeza, e se tais sorrisos forem estimulados por nós, não há expiação que resista.
 
P.S.: Vou passar a vida inteira pedindo perdão e me arrependendo pelas vezes que descontei em alguém a minha chateação pessoal. É um porre aturar gente de mal com a vida! Sempre é tempo de mudança, minha gente.