Já imaginou como é dar tchau à uma criança que encara pela primeira vez a "situação do adeus" e que chora enquanto acena um tchau sincero com a mão? Dói, dói muito ver ela ali imóvel e com lágrimas no rosto enquanto o destino cumpre seu papel.
No mês de setembro, naquela rodoviária, senti a mesma dor. Dessa vez não se tratava de uma criança, mas de um amor. Não consigo me lembrar de nada daquilo que foi dito durante os curtos minutos que antecederam o embarque, a não ser de uma frase acompanhada de um gesto: a mão em meu pescoço (que estava coberto por um escapulário).
Minhas experiências com rodoviárias não são nada boas porque por diversas vezes fui obrigada a dar adeus à pessoas queridas. Até logo a gente sempre tira de letra, mas adeus tem um peso grande e representa a necessidade do desapego, na maioria das vezes; significa que, ao contrário de uma breve falta de contato, os personagens não se verão mais.
Talvez por isso nunca fui muito boa com despedidas e até cheguei a comparar, por diversas vezes, sentimentos ruins com a sensação de adeus em rodoviárias. Ali, quando o ônibus começa a partir, o afastamento é consentido, mas nem por isso deixa de ser triste (era o que eu sempre pensava). Mas, na data de hoje, tento aceitar que despedidas nem sempre são ruins porque podem representar recomeços, mudanças positivas ou desapegos necessários.
Às vezes a gente só quer que tudo termine e reinicie melhor.
P.S.: Duas despedidas no mesmo dia...teste de resistência.