domingo, 6 de maio de 2012

PRA MIM


A maioria dos textos de autoajuda vive nos dizendo "pare tudo, você precisa saber o que procura", "as mulheres não querem homens sarados", "os homens preferem mulheres sem maquiagem", "os relacionamentos não duram por falta disso ou sobra daquilo" e, quer saber? Não ando dando a mínima para todos eles. Cada história de vida é única, mané!

Sim, vale ouvir o conselho da mãe que nos lembra de levar a blusa ou o guarda chuva, é sempre bom prestar atenção no que os analistas dizem, porque na maioria das vezes o que ele faz é motivar que nos ouçamos. O conselho amigo é sempre bem vindo porque sempre vem de alguém que enxerga melhor o seu momento porque está do lado de fora dele e, para quem vê da perspectiva da terceira pessoa, sempre consegue ollhar com maior limpidez. Mas isso não significa que devemos seguir tudo a risca porque, repito, o momento é seu, é dele, é meu.

Será que sempre me envolvo com os caras errados? Será que estou errada por querer ele ao meu lado mesmo sem bom humor, carro, roupa cheirosa ou gel no cabelo? Será que é loucura sentir saudade das histórias esquisitas de quem fecha a torneira de combustível da moto e por conta disso atravessa a cidade inteira a pé? Será que sem mais nem menos vou encontrar de novo alguém com quem eu possa conversar o dia todo e mesmo assim ter assunto para desde o comecinho do dia seguinte? Porque se a chance vier uma só vez, já era!

Por mais que muita gente se reconheça nestas "mal traçadas linhas", esse dilema é meu e, a forma com que eu e você vamos lidar com  com ele ou com qualquer um dos outros que nos testam diariamente é singular. Você pode sentir-se à vontade na minha casa, mas isso não faz com que ela deixe de ser minha para ser sua. Penso que são as maneiras de viver e conviver que determinam quem somos hoje, quem fomos até o aniversário passado e como seremos no natal que vem. Juro que quero e me esforço para sempre trazer o bem, fazer o bem, principalmente para mim mesma. 

Não que eu seja egoísta, mas é que para fazer feliz aos outros me parece sempre mais fácil porque é isso que aprendemos desde pequenos. Os pais nos ensinam a dividir nosso brinquedo favorito, a professora nos ajuda a compreender o amiguinho, os avós nos presenteiam com sorrisos quando estamos em harmonia com nossos primos e é assim que segue a vida toda. 

 Mas quem é que nos ensinos, motivou, incetivou, ou seja lá o que for; a fazer o bem a nós mesmos? A sermos saudavelmente egoístas e individualistas? A nos amarmos tanto quanto amamos ao outro? Com certa vergonha, confesso que na vida ainda não tive essa lição e, isso, nenhum texto de autoajuda vai me ensinar. Vamos combinar que vamos parar de tentar encontrar receitas prontas e começaremos e confeccionar as nossas? Boa sorte com a sua autoajuda e espero que eu consiga começar a minha.

P.S.: Inferno astral, filho de uma mãe!

2 comentários:

  1. Adorei! Tb acho que cada história é uma, cada vivência apreende importâncias diferentes poeque lê as lições das formas variadas! Bom post! Bjnhs

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  2. Lu, adorei o texto, porque, além de bem escrito, os seus questionamentos são os meus. Quem ensinou que devemos nos amar tanto quanto ao próximo? É uma lição de aprendemos aos poucos e muito importante! Não é egoísmo, porque quem se ama, aprende a amar melhor quem cruzar pelo seu caminho. E por mais que leiamos conselhos aqui e ali, é a vida, o dia-a-dia e as experiências de cada um que vão ensinar, até porque não existe uma fórmula. E acredite: mesmo quando aprendemos a gostar de nós mesmos, bate um bode de vez em quando. Eu mesmo estou nessa de achar que não vou encontrar tão cedo alguém com muitas afinidades, bom papo e aquela vontade de ficar junto, sabe? Hoje, coloquei o DVD da Shania Twain e chorei feito criança, rsrs. Sabe aquela música "From this moment on"? Queria um amor daqueles, sentir aquilo, mas sem abrir mão de mim mesmo. Difícil, nós sabemos. Mas quero crer que não é impossível! Beijo e muitas saudades de vc!

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