UM JEITO MEU

Derreto-me e volto à infância na presença de crianças, é minha forma de não ser constantemente crescida.

Ouço e cantarolo música o dia todo; genética herdada de meu pai.

Um edredon me cobre todas as noites,  mesmo que eu precise ligar ventiladores e o aparelho de ar condicionado. Também adoro andar de pijama pela casa e não vivo sem cremes hidratantes; é minha busca por conforto.

Sempre que me deito, um sapo de pelúcia, presente de muitos anos, me faz companhia. Com ele troco papos “cabeça”, é para fazer jus ao ditado de que cada louco tem sua mania.

Fico louca com qualquer doce, é meu espírito de gorda.

Observo a tudo e a todos, até mesmo em restaurantes, escrevo (entenda-se digito) sem parar, mesmo que seja com o uso dos dedos de forma errada, sou persuasiva e não tenho paciência com pessoas prolixas; é meu sangue de jornalista que fala mais alto.

Adoro criar novas misturas de tempero quando cozinho; é a convivência com as mulheres importantes da minha vida.

Não gosto de rotinas, sou teimosa e falo pelos cotovelos; é meu jeito geminiano de ser.

Delicio-me com nhoque e comidas parecidas. Também não sei falar sem usar as mãos; é minha descendência italiana.

Assisto desenho animado e solto gargalhadas na frente de quem for; é quando me desligo do mundo.

Fico tímida sempre quando chego a lugares novos; é meu modo de menina caipira.

Apaixono-me facilmente por gatos e não gosto de chegar perto do mar; é porque minha mãe também é assim.

Empresto meu ombro sem fazer cerimônia; é a amiga que mora em mim.

Sou companheira, cúmplice e sofro pelos problemas alheios; é meu lado humano.

Danço sozinha e às vezes corto o próprio cabelo, é a moleca que existe em mim.

Sou assim...meio chata, meio simpática, meio metódica, meio companheira, meio deslocada, meio difícil, meio palhaça, meio fechada, meio isso e meio aquilo.

P.S.: Tic tac, tic tac.