domingo, 10 de abril de 2011

BICHO PAPÃO DA TRANSFORMAÇÃO

O clichê de que é preciso deixar o passado no passado vive martelando em meus miolos. Sei que não é diferente com você. Seja quando mais e mais responsabilidades batem à porta nos fazendo perceber o peso do amadurecimento ou quando um amigo vai morar longe e sai das nossas rotinas, por exemplo. A crise de virar a página e seguir é mesmo inevitável. Muita coisa que ficou para trás acaba parecendo mais bonita hoje.

Ontem, durante um passeio de carro, comecei a observar os grupos de amigos e casais que procuram diversão na noite carioca. Lembrei-me da minha época de estudante universitária. Eram tantos amigos, tantas ocupações, tantas atividades que faziam o dia parecer pequeno. Senti saudade daquela rotina e até pensei que queria tê-la de volta.
Mas é fato que não é possível estar ao mesmo tempo no presente e no passado.

É preciso deixar que as fases tenham começo e fim. Penso que seja saudável ter saudade positiva de uma época que se foi, mas que também seja bom abrir espaço para que novas lembranças cheguem ao nosso coração. Se não estão chegando talvez seja porque estejamos perdendo tempo demais olhando para o que ficou.

Quando bate aquela saudade apertada de quem eu era percebo que não há como voltar a ser aquela. Isso porque toda a bagagem que a vida traz transforma mesmo a gente. Não sei se isso é totalmente bom, mas não há dúvidas de que é saudável; já que vivemos em busca da evolução. Hora de encerrar o capítulo antigo e começar um novo.
Vamos tentando.

P.S.: Em tão pouco tempo no Rio, presenciei muito mais tragédias do que poderia imaginar. Não consigo escrever sobre a chacina, mas sei que Deus vai trazer conforto a tantos corações mergulhados em tristeza.

Um comentário:

  1. Lu, me sinto exatamente assim, às vezes. Dia desses, lia minhas crônicas antigas publicadas no jornal de Batatais e no Comércio da Franca. E me bateu enorme saudade do Rodrigo das antigas, que parecia mais divertido, forte, seguro e mega-ocupado com sua juventude. Quando me encaro hoje, percebo a diferença, o peso das obrigações, o amadurecimento que traz mais preocupações e seriedade. Adorava quem eu era. Mas aprendi a amar quem eu sou hoje. Esta fase também tem seu valor, justamente por ser diferente, por me testar de tantas maneiras que eu não conhecia. Como você disse, são fases que devemos saber encerrar com energia positiva. Tenho certeza de que, daqui a uns dez anos, vou lembrar de mim hoje com carinho e concluir que não era tão ruim assim, rsrs. Bjo, linda.

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