quinta-feira, 4 de outubro de 2012

ENTRE ENCANTOS E DESENCANTOS

Na época que meus pés ainda calçavam sandálias com a numeração que hoje equivale à minha idade, o grande sonho que eu mantinha era viajar de avião, abrir a janela da aronave e tocar as nuvens com as mãos. Ficava imaginando qual seria a textura daquilo que ficava lá no céu e que eu não sabia o que era. Então supunha que elas deviam ser fofinhas, parecidas com o algodão que minha mãe usava para limpar meus machucados ou que fossem macias, iguais aquelas propagandas da Malve.

Mas antes mesmo que eu descobrisse que Papai Noel era apenas um personagem fictício, alguém (não me lembro quem), contou-me que as nuvens, tão lindas de serem apreciadas de lá do quintal da minha casa, não passavam de uma espécie de fumaça. Pois é, fumaça, simples e sem graça assim.

Depois continuei encantando-me e perdendo alguns de tais encantos com a chegada das experiências proporcionadas com o passar dos calendários. A maturidade e o conhecimento podem abrir portas, mas, em troca, nos roubam grande parte da inocência.

Hoje continuo à procura de descobertas e situações que possam ser tão representativos quanto as nuvens foram um dia. E assim penso que talvez baste voltar a usar a sábia inocência infantil e contentar-me com "pouco", com o simples. Acho que, nessa hora, vale a regrinha do roto termo "carpe dien", dentro do limite que nos cabe. Vamos mergulhar no que a vida proporciona.

P.S.: Com tantos cabelinhos arrumados com gel por aí e eu aqui querendo só o seu..."UI, QUE RAIVA".rs

2 comentários:

  1. Lu, esse texto me pareceu tão nostálgico. Não pelo conteúdo tratar de uma lembrança de sua infância, mas pelo fato de eu já ter lido ou ouvido essas palavras... Enfim, se você escrevesse um livro de suas memórias no formato desse post, compraria, decerto. :)

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    1. hahahaha...abriria mão das suas economias, Dani?hahaha. Duvidooo!. Obrigada, menininho!

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