domingo, 19 de agosto de 2012

DESDE SEMPRE E PARA SEMPRE


Duas garotinhas, uma com seis e a outra com sete anos de idade. Elas não podiam ficar distantes uma da outra um dia sequer e, se isso acontecia, choravam como se aquilo fosse o fim do mundo.

Uma amizade pura e verdadeira que foi crescendo junto com os centímetros que as duas meninas ganhavam com o passar das primaveras. Veio a adolescência, o primeiro sutien, a primeira bicicleta, o primeiro beijo, o primeiro baile, o primeiro prato na cozinha, o primeiro vestibular, o primeiro namorado, a saída da casa dos pais. Uma falava de botânica e queria que a outra decorasse os nomes científicos das árvores e a outra só falava em pautas e notícias.

Muito puderam aprender e ensinar entre si. Estavam sempre juntas, fosse nas caminhadas pela cidade pequena e quente, nas idas ao salão ou nas missas de todo domingo.

Quando precisaram morar fora da cidade onde conheceram-se, encontraram nas mensagens eletrônicas uma forma de manter o contato diário. Ali continuaram a trocar lágrimas, sorrisos, confissões e desabafos.

Antes mesmo de descobrirem o amor prometeram entre si que a primeira a casar teria a outra como madrinha. E assim foi, diante de muito chororô, por parte desta manteiga derretida que vos escreve. Foram lágrimas do começo ao fim da cerimônia.

Hoje continuam torcendo uma pela outra e tentando driblar a rotina diária que tenta, em vão, separá-las. Sabem-se ali, prontas para se cuidarem, independentemente da circunstância. A ligação entre ambas permanece ainda pura e verdadeira, mas agora com a certeza de que nem o passar do tempo pode prejudicar o carinho entre as duas amigas de infância.

P.S.: É a única que me ouve sem julgar, me dá carinho sem cobrar e sempre me ensina a ser melhor.

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