Duas
garotinhas, uma com seis e a outra com sete anos de idade. Elas não podiam ficar
distantes uma da outra um dia sequer e, se isso acontecia, choravam como se
aquilo fosse o fim do mundo.
Uma
amizade pura e verdadeira que foi crescendo junto com os centímetros que as duas
meninas ganhavam com o passar das primaveras. Veio a adolescência, o primeiro
sutien, a primeira bicicleta, o primeiro beijo, o primeiro baile, o primeiro
prato na cozinha, o primeiro vestibular, o primeiro namorado, a saída da casa
dos pais. Uma falava de botânica e queria que a outra decorasse os nomes
científicos das árvores e a outra só falava em pautas e notícias.
Muito puderam aprender e ensinar entre si.
Estavam sempre juntas, fosse nas caminhadas pela cidade pequena e quente, nas
idas ao salão ou nas missas de todo domingo.
Quando precisaram morar fora da cidade onde
conheceram-se, encontraram nas mensagens eletrônicas uma forma de manter o
contato diário. Ali continuaram a trocar lágrimas, sorrisos, confissões e
desabafos.
Antes mesmo de descobrirem o amor prometeram entre si que a primeira a casar teria a outra como madrinha. E assim foi, diante de muito chororô, por parte desta manteiga derretida que vos escreve. Foram lágrimas do começo ao fim da cerimônia.
Hoje continuam torcendo uma pela outra e
tentando driblar a rotina diária que tenta, em vão, separá-las. Sabem-se ali, prontas para se cuidarem, independentemente da circunstância. A
ligação entre ambas permanece ainda pura e verdadeira, mas agora com a certeza de que nem o
passar do tempo pode prejudicar o carinho entre as duas amigas de
infância.
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