A cada lembrança eu poderia morder o canto da boca, o que faço habitualmente quando estou tensa, ou talvez, depois de recordar-me, sentiria arrependimento ou tristeza e ambos ficariam nítidos através do meu olhar transparente; mas não, nada disso sequer faz menção de surgir aqui dentro do peito.
O que tem feito morada em mim é a saudade, mas não aquela que dói ou faz sofrer, e sim uma nostalgia daquelas que sentimos quando revemos fotografias da época em que éramos crianças. Sabemos que foi um tempo bom, com o seu devido propósito e que, sem o privilégio da escolha, tivemos que deixar para trás. Isso, esse é o sentimento do tempo presente.
Quando, sem querer, pronuncio gírias que antes não usava, no momento que acordo, rezo e desejo bom dia com vontade suficiente para que a vibração percorra quilômetros de distância e alcance a "Selva de pedras"; é aí que a saudade bate à porta.
Cada vez que levo as mãos até o escapulário que agora me protege, naquela hora que edito matérias sobre o futebol do interior de São Paulo ou quando chega a quinta-feira e eu me lembro da pós e da jovialidade gritante; é aí que a saudade vem.
No carinho sem alvo, na curiosidade de saber se o almoço tem sido apenas na padoca (onde os doces são atentados aos olhos), na vontade de provocar a segurança e de receber doses homeopáticas de bom humor; é aí que a saudade mora.
E então penso que quem não tem a saudade como um dos capítulos da história da própria vida, é porque ainda não viveu.
P.S.: "Eu quero sempre mais que ontem, eu quero sempre mais que hoje..."
Confesso que ia me deitar. Foi só me informar que estava atualizando o "Cantinho", que deu uma baita vontade de passar por aqui!
ResponderExcluirLi, obrigada pelo carinho de sempre, viu?
ExcluirBeijo bem grande
Ahhh, atualiza ai, Lu!
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