E agora? Que não posso mais fazer xixi com a porta aberta ou passar o tempo livre de camisola?
E agora? Quem é que vai elogiar o meu arroz ou ser vítima da tradicional reclamação da tampa da privada levantada? Como vou perguntar se não tem nada melhor pra assistir se o controle remoto agora é só meu? De quem vou esconder os puns e remelas?
Quem vou ter que cobrir no meio da noite e como vou ficar sem aquele peito que era oferecido sempre que o sono faltava? Com quem vou comentar sobre a matéria do telejornal, o filme em cartaz, a roupa brega daquela moça lá na rua ou a beleza chata das moças da Casa Bonita?
Com quem é que vou pensar a mesma coisa ao mesmo tempo várias vezes durante o dia? Pra quem vou mostrar os números repetidos no relógio? Quem vai controlar o que eu como e fazer chantagem barata só para espremer aquela espinha?
Quem vai caber precisamente em meu abraço ou me incentivar a arrancar os pés, quase que constantemente enfiados no chão, quando uma estrela cadente resolver se despencar lá do céu? Quem vai me fazer sorrir alto e desengonçado, chorar baixinho ou mandar para longe minhas vontades de desistir? Quem vai entender meu ser inconstante e minha mania de declarar o que sinto?
Onde estão as respostas para tantos pontos de interrogação? Há alguém aqui que precisa saber.
Onde estão as respostas para tantos pontos de interrogação? Há alguém aqui que precisa saber.
P.S.: Eis que a distância volta a vestir o papel de inimiga.
Nenhum comentário:
Postar um comentário