Nossas armas continuam sendo câmeras, microfones e papéis. Infelizmente a morte de mais um jornalista durante trabalho em situação arriscada não vai passar de notícia.
Acordei assistindo a Record News e foi impossível não me colocar no lugar do colega vítima da cidade que é tão linda quanto violenta.
Esse é o desabafo de uma pessoa que tem a caipirice na essência, mas que morou no Rio, trabalhou fazendo a cobertura de duas operações da polícia (por ingratidão do destino) e viu de perto o risco que, nem mesmo a paixão pela profissão, faz valer a pena de ser encarado.
Em comum, todos nós jornalistas trabalhamos muito, na maioria das vezes, ganhamos pouco, temos a qualidade de vida comprometida mas, muito além de tudo isso, amamos o nosso trabalho. Vale a pena contribuir para que um corrupto pague o que deve, vale levar o sorriso à quem acorda pela manhã e lê aquela matéria descontraída sobre os velhinhos, vale informar que os infartos ocorrem mais às segundas-feiras. Em suma, vale ter a responsabilidade mais que importante de formar opinião e ter comprometimento social.
O que o meu jeito de menina criada em cidade pequena me faz lembrar é que temos também família e sonhos. Voltar para casa depois da labuta ao final do dia não deveria ser lucro, mas o é para muitos colegas de profissão.
Será que essa é mesmo a melhor forma de acompanhar o trabalho policial? Já passou da hora de rever nossos conceitos.
P.S.: Minha intuição nunca esteve tão incômoda. "Hora de aborrecimento ou desagrado, tempo de silêncio e oração" - Emmanuel - Chico Xavier.
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